quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Apaixonando-se e desapaixonando-se: a difícil tarefa do desapego

Por muitos anos da minha vida acreditei em almas gêmeas e fui uma romântica incurável. Um pé na bunda é sempre difícil de aceitar, ainda mais quando você acredita em predestinação, em deuses e anjos dizendo para você não desistir. Com a maturidade vindo e novas experiências acontecendo coloquei-me numa posição mais neutra e observadora. Passei a aceitar que, se uma pessoa não te ama mais ou ainda não, dificilmente você conseguirá fazer ela te amar, por mais que você seja legal, seja provocante, depois esnobe ela, depois vire a melhor amiga. Percebi que todos os esforços são em vão, porque o amor vem naturalmente. Não adianta fazer que nem aquela “Cristina” (Flávia Alessandra) da novela Almas Gêmeas. Parece que tudo o que se faz para conquistar um homem só afasta mais ele, basicamente porque as pessoas se sentem intimidadas quando qualquer coisa começa a cercar elas demais.

Então aquele poema que diz “cuide do seu próprio jardim” continua sempre valendo. Parece que tudo o que você quer demais escorrega mais rapidamente pelos seus dedos, então analise com uma lupa cada novo cara que conhece. Vá devagar pra conhecê-lo, pra saber se vale a pena. Não se afobe para dizer “sim” a cada novo convite que ele faz; olhe sua agenda, marque para outro dia ou diga que vai ligar quando puder. Não se apaixone por ilusões, só pela realidade dos atos dele. Admita que, se não o conhece direito ele pode sempre estar te enganado. Tenho uma amiga que namorou 3 meses um cara e foi descobrir depois que nem o nome dele era o mesmo da carteira de identidade. Proteger-se é palavra de ordem num mundo de malucos e com tanta doença rolando por aí. Será que ele não pode ter mulher e filhos? Pense nas possibilidades e descarte-as. Ser amante é de muito mal gosto e não queremos isso. Não queremos ser humilhadas e feitas de boba.

E por que desapaixonar-se é tão difícil? O princípio é quase o mesmo. Não se baseie somente no passado, tente pensar na realidade dos fatos do presente: se a relação tá legal, se a pessoa é legal, fiel e carinhosa. A história de amor, por mais bonita que seja tem que ser bonita no presente e não só no passado. Se o cara não te respeita mais, não vai ficar com ele porque “um dia” ele respeitou. Analise tudo racionalmente e, de novo, não viva de ilusões. Se ele arranjou outra não adianta chorar. Vale sim perguntar-se o que aconteceu e ver que tudo tem sempre dois lados. Adoro as frasezinhas: “Ninguém é perfeito para ninguém” e “Ninguém é obrigado a amar ninguém”. Ou seja, se ele não se mostrar interessado, nem se estressa. O mundo dá tantas voltas...e ninguém imagina o que tem logo ali depois da curvinha.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Tem que ter pegada

Primeiramente gostaria de me desculpar pela minha ausência de uns tempos prá cá. Estou envolvida em diversos projetos ao mesmo tempo e de mudança, então é claro que o blog ficou em segundo plano.

Hoje vim falar do assunto que prometi. A definição e busca para se tornar um homem com pegada. De acordo com o jornalista Felipe Machado “mulher gosta de homem bonito? Gosta. Mulher gosta de homem rico? Com certeza. Mas o que mulher gosta mesmo é de homem com pegada.” E eu concordo em gênero e grau.

Tem muita mulher por aí capaz até de se ver cegamente apaixonada por um homem com pegada. É claro que deveremos saber separar o joio do trigo. Tem muito cafa por aí e a maioria já sabe tudo sobre pegada. Pegam muitas e as desavisadas acabam achando aquela pegada coisa de novela e ficam de quatro pelos babacas. No entanto, o que maioria quer e não se cansa de procurar é o artigo de luxo no mercado: o bonzinho com pegada. O cara que é inteligente, gentil e educado que te segura forte pela mão e te deixa subindo pelas paredes com o primeiro beijo (e com os que virão...). O termo “pegada” pode começar por aí e, obviamente, se estende para os finalmentes (a cama, filha). O homem com pegada quer você, tem sede de você. Te desembrulha que nem bala e vira e desvira igual panqueca. E, quando você achar que vai descansar, lá vem ele e faz tudo de novo.

Não precisa ser o saradão da academia, pode ser qualquer um. Um exemplo clássico do cara com pegada com cara de babaca era o Paul Finch do American Pie. Ele não era um pegador (no filme ele era virgem inclusive), mas sabia exatamente o que fazer para pegar a mãe do Stifler no final. Abraços!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A difícil tarefa da serenidade

Estou lendo “Comer, rezar e amar” da americana Elizabeth Gilbert e ela, apesar de completamente diferente de mim, principalmente quando o assunto são homens, tem umas sacadas ótimas. Todo mundo tá sempre falando em conseguir uma promoção ou emprego melhor, umas querem um namorado mais carinhoso, outras apenas um que tenha “pegada” (prometo definir adiante o significado e mistérios dessa palavra), outro dia se quer a casa mais limpa e bem decorada, no outro só perder 2 quilinhos pra ficar melhor, etc. Nunca estamos satisfeitos. Por mais que se tenha tudo, se quer mais um pouco. Tem gente que até de férias pensa em trabalho, ou quando está lá se sente culpado por estar gastando tanto ou por não ter levado o filho, amiga, irmã, etc. A autora nos coloca a difícil tarefa de fitar o fogo. Muitas pessoas conseguem fitar o fogo, apreciar uma paisagem tomando um chimarrão e aquietar a mente. “ Muitos de nós olham para o fogo e vêem apenas o inferno”, diz.

Então, se não consegue decidir o que quer, ou se em dúvida sobre algo ou alguma coisa, por conselho do próprio Dalai Lama, “fique mais tempo sozinho”. O ser humano tem mania de viver em coletivo, de querer ser aceito, quando a gente só precisa mesmo é aprender a se aceitar. Aprender a fitar o fogo e conseguir se ouvir, olhar a paisagem e não ficar ansioso com o que terá que fazer daqui há duas horas. “Mas daí vou perder todos os meus amigos”, já pensa uma. Não é por aí. Os amigos de verdade sempre estão lá quando se chama, não há motivo pra pânico. E, por fim, eu adoro essa frase, que é triste, mas real: nascemos e morremos sozinhos, as duas situações doem, mas devemos aceitá-las. No dia do último suspiro, até pode ser que existam algumas pessoas em volta, mas a passagem é solitária. O pensamento não vai ser “eu não decorei a casa ou eu deveria ter gastado menos ou mais”. A diferença vai ser a serenidade. Não aquela de quem fez mais ou melhor, de quem plantou mais flores ou teve o gramado (ou carro) melhor. Nada disso. A serenidade de quem plantou mais e decorou mais a alma. Sem dúvida. Continuemos em busca da paz ;)