segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Manual do ex-obeso

A maioria das pessoas, hoje em dia, procura o corpo ideal, muitas vezes sacrificando a própria saúde em prol de padrões estéticos ideais (para não dizer surreais). Mas não é dessas pessoas que quero falar hoje. Hoje quero falar das pessoas obesas, que não se importam tanto com o tal “padrão” e querem perder quilos em prol de sua saúde.

Sabemos o prognóstico da obesidade: doenças cardíacas provocadas por colesterol alto e a diabetes são as doenças mais prováveis e comuns a serem desenvolvidas. O que falta para o obeso então se conscientizar do mal que está provocando a si mesmo? De que não vale a pena essa vida desregrada de quem não sabe o que coloca na boca? Eu já estive acima do peso, mas nunca obesa, me cuido muito sim e sei que o começo é sempre o mais difícil. Uma frase que eu sempre costumava me lembrar nessa fase de “transição” de hábitos alimentares é: “Eu como para viver, não vivo para comer”. Eu repeti com afinco, sempre que me via comendo demais e sem propósito. Se me ajudou, talvez te ajude também.

Mas voltando ao assunto e do princípio de toda a coisa, gostaria de transmitir os passos essenciais para se sair do estágio da obesidade e da fissura por tudo que é gostoso e faz mal e passar para o estágio fofinha-mas-bem-mais-saudável:
O que vou relatar abaixo é o que qualquer pessoa que não seja obesa faz. Não é o que modelos de passarela fazem, claro, pois estas estão num estágio muito mais elevado de disciplina e nem sempre prezam apenas a saúde (em outras palavras, passam fome).
Abra a geladeira e despensa (não é pra comer, é pra olhar só!!). Reflita:
Você precisa mesmo comer fritura todos os dias? A fritura eu me refiro a tudo que é congelado e vai na frigideira com óleo e salgadinhos. Bolachinha salgada também pode ser frita (sem sabermos) e a recheada nem se fala, cheia de gordura e açúcar. Precisa mesmo? Quantos dias por semana? Consegue reduzir esse “todos os dias” para “dia sim, dia não”? Se disser que sim, com o tempo você vai perceber que esse “dia sim, dia não” pode virar “dia sim, dia não, dia não” e sucessivamente. Não é nenhum bicho de sete cabeças.

Agora, o que eu vou comer se não for o meu pacotinho de Ruffles ou o sonho da padaria? Daí vem a parte trágica. Frutas, iogurte desnatado, sanduíche integral...O gosto é estranho no começo, pois paladar de obeso é igual de fumante. As papilas gustativas parecem que estão adormecidas, mas acredite que com o tempo você irá apreciar cada coisa nova que introduzirá na sua alimentação. Coma com prazer até matar a sua fome, mas faça a escolha certa.

Uma coisa que me intriga e ninguém nunca conseguiu me explicar. Por que o obeso sempre tem refrigerante não-diet na sua geladeira? Eu lembro quando eles lançaram a “Pepsi Diet” (acho que não era Light naquela época e muito menos Zero) e quando fui provar pela primeira vez. O gosto era horrível e a minha mãe disse: “Demora pra se acostumar, tem que colocar bastante gelo pra conseguir tomar”. Eu colocava bastante gelo e mesmo assim continuava horrível. Mas ela disse pra eu insistir. Fiquei um mês e meio tomando aquele horror com gelo e adivinhem só? Um dia, como num passe de mágica, passei a gostar. Acostumei. Depois que veio o refrigerante Zero achei até que ele não tinha aquele amarguento da versão Light, mas hoje não consigo decidir qual é o melhor. A questão é que o comum passou a me parecer muito doce.

Se ninguém te ensinasse a fazer xixi no piniquinho e a escovar os dentes você seria provavelmente banguela e faria nas calças até hoje. É tudo uma questão de hábito. Os hábitos só são aprendidos na repetição: você faz tantas vezes até o dia em que você não precisa mais dizer para si mesmo “eu tenho que fazer, é uma obrigação”...você simplesmente vai lá e faz, sem se perguntar porque. A quebra de hábitos dói e é um dos passos mais importantes. Então a primeira dica é: vá quebrando hábitos. O hábito do refrigerante normal é um. Trocar os cinco pacotes de salgadinho por cinco refeições saudáveis parece difícil, então comece trocando apenas uma e, quando se sentir confortável, troque duas. Você não precisa fazer um milhão de sacrifícios de uma só vez. Quebre um hábito de cada vez.

Segunda dica importante: conhecimento sobre alimentação é fundamental. O que é mais saudável: margarina, manteiga ou requeijão light? O que vou passar no pão? Qual a diferença do pão francês (cacetinho, aqui no sul) para o integral? E para o pão diet? O que é melhor: o suco de fruta ou a fruta mesmo? Que tipo de alimento vai me manter saciada por mais tempo? Informe-se, informe-se, informe-se. E se resolvessem colocar um pouquinho de veneno na sua coca-cola, só para mudar a fórmula e ficar mais saborosa, você iria continuar tomando, não iria querer saber? Olhe os rótulos, saiba diferenciar uma gordura boa da ruim. Açúcar também é veneno para seu corpo, se consumido em altas doses...só mata devagar.

Não estou nem dizendo para começar a caminhar e virar atleta (isso já é outro hábito saudável que pode ser introduzido quando se sentir mais à vontade). Estou dizendo para começar a se amar mais e a se conscientizar da sua saúde. Dê alimento para seu corpo, não veneno. Coma para viver, não viva para comer. Leia sempre tudo sobre o assunto e faça agora da saúde o tópico principal de sua vida. Abraços!

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